Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio...
Já dizia Mário Sá Carneiro e bem... Hoje apetece-me gritar, dizer ao mundo que não quero permanecer neste marasmo que tem sido a minha vida. Não quero ser "nem-nem". Nem forte, nem fraca. Nem racional, nem emocional. Nem indiferente, nem sensível. Nem boa, nem má. Nem inteligente, nem crente. Nem demente, nem sã. Muito menos vidente... Não, não sou. E o que sou eu, afinal? Não sei, continuo sem saber... E sempre quis saber, e sempre me preocupei com isso... sempre quis ser. Viver. Saber. Saber ser. Ou chamar-lhe-ei sobreviver? Irrito-me a mim própria, não sei o que dizer. Tenho dúvidas constantes, às quais não sei responder. Não gosto de incertezas, não sei lidar com frustrações, não gosto de despedidas, não gosto de partidas... Não gosto de "nãos", não gosto de esperar, não gosto de fazer esperar. Não quero ir para a frente e ter de voltar. Não quero construir para depois terminar. Não quero rir, para depois chorar. Não quero sonhar para depois cair. Não quero escrever e apagar. Não gosto de receber e não dar. Não gosto de dizer que não. Não gosto de ter de agradar aos outros para me sentir bem comigo. Não gosto de não gritar, de não me expressar. Não gosto de não partilhar. Não quero não querer nada, não fazer nada, não saber ser nada. Não quero não arriscar. Não, basta. Quero é viver... só isso.
No barbeiro
Há 13 horas
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