segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coração (im)paciente

De há uns tempos para cá apercebi-me que sou mais paciente do que alguma vez imaginei que poderia ser. Aquela impulsividade e imediatismo que me caracterizavam começaram a esbater-se, tornando-me mais calma, mais serena, tranquila, paciente, feliz e de bem comigo, com os outros e com a vida. Curioso que este bem-estar interior se está a reflectir muito cá fora... Quem me conhece sabe e reconhece que estou diferente, bem-disposta e com uma felicidade inquestionável. Gostar de mim mesma faz com que me sinta mais à-vontade para brincar com as pessoas que conheço, umas há mais tempo, outras não há tanto tempo assim... E não ter tanto medo do que eventualmente poderão pensar de mim. Eu gosto de mim. Se gostam ou não, não sei, mas sinceramente isso já me preocupou mais do que hoje em dia. Estou de bem comigo. E sinto-me mais livre, mais leve e preparada para a minha vida daqui para frente. Para encarar a adversidade com um sorriso e as dificuldades que surgirem no caminho com confiança e serenidade. Para enfrentar os desafios que a vida me propuser com calma e sem pressas, porque acredito que tudo acontece por algum motivo. Se não sou seleccionada para algum projeto é porque algo melhor está para surgir, no campo pessoal ou profissional. Quem sabe o que o futuro me reserva... Um amor estável e que me faça feliz, um emprego onde me sinta realizada? Não sei, ninguém pode saber... Mas sei que vou continuar a lutar por mim, pela minha vida, por aquilo em que acredito e considero que mereço. Pode demorar mais ou menos tempo sim, mas não é por isso que a minha esperança vai desaparecer. A minha alma e o meu coração são, agora, pacientes. Sabem que nem tudo é um mar de rosas e que podia sentir-me mal por não ter emprego, por não ter alguém na minha vida... Mas eu escolhi o caminho oposto. Escolhi-me a mim mesma, escolhi acreditar em mim, acreditar que é possível ser feliz e tenho conseguido sê-lo. Se gostaria de partilhar a minha vida com alguém que me fizesse feliz, com que pudesse sentir realmente o que é amar e ser amada, dar e receber, passar o meu dia-a-dia e fugir da rotina e sentir que essa pessoa me faz e quer bem? Claro que sim... Todos, nem que seja no mais íntimo de nós, desejamos que isso um dia aconteça. E eu não sou excepção. E é curioso... Hoje consigo perceber claramente o que quero, o que me faz bem e não quero perder o meu tempo com pessoas que me consomem os dias... Quero pessoas com quem me sinta bem, não necessariamente sempre feliz, não necessariamente sempre à-vontade, mas que saibam encarar a vida com leveza, com vontade de a viver, mas com alguma prudência, porque nem sempre ser impulsivo é bom. Gosto de pessoas. Gosto de desafios. Gosto de brincar. Gosto de conhecer. Gosto de ter um (novo) coração que seja paciente. Não me importo de esperar. Gosto de saborear. Gosto (cada vez mais...) de gostar.

Sem comentários: